sábado, 20 de fevereiro de 2010

A importância do fluxo de caixa

O fluxo de caixa é a ferramenta de planejamento mais utilizado pelas empresas de todos todo o mundo indiferente do porte. O objetivo básico do fluxo de caixa é projetar as disponibilidades financeiras das empresas, produzindo informações necessárias à programação da captação de recursos financeiros, otimização das aplicações de sobras de caixa, gerenciamento do contas a pagar e receber, avaliação do impacto de variações de custos e preços, entre outras.
A elaboração do fluxo de caixa é simples e normalmente tem como base um período de 30 dias corridos retratando a efetiva situação de caixa da empresa, já que seus números representam disponibilidades bancárias, aplicações entre outros. Os números obtidos devem estar desvinculados dos gerados pela contabilidade para a sua projeção e as áreas como: contas a receber, contas a pagar, vendas, compras devem ser geradoras dos dados.
Normalmente vemos uma confusão entre “orçamento de caixa” e fluxo de caixa, a primeira é uma ferramenta para acompanhar e controlar as metas elaboradas com base de um ano e esta direcionada aos resultados projetados do período. A mesma confusão é observada com o demonstrativo contábil chamado de Fluxo de Caixa, este dado informa o que aconteceu na movimentação acumulada de caixa no exercício a que se refere as demonstrações.
Como gerenciar o Fluxo de Caixa
a) O fluxo de caixa tradicional trabalha com uma única estimativa. Apesar de útil, este tipo de informação restringe a tomada de decisão. Uma maneira de melhorar a aplicabilidade das projeções do fluxo caixa é utilizar ao mesmo tempo três estimativas: a otimista, a provável e a pessimista.
b) O fluxo de caixa ideal não deve conter saldos muito variados. Flutuações expressivas nos saldos de caixa, alternando valores positivos e negativos, acarretam desvantagens financeiras e operacionais.
c) Por ser um instrumento de planejamento, o fluxo de caixa está sujeito a uma natural incerteza. Considera-se aceitável uma margem de erro em torno de 20% nas projeções do fluxo de caixa. Por isso, o fluxo de caixa deve buscar esta meta de acerto. Do contrário, tenderá a se tornar mais um dos muitos relatórios burocráticos.
d) Parte da incerteza sobre os dados do fluxo de caixa pode ser contornada com o uso de técnicas estatísticas simples. Por exemplo, as médias de inadimplência por dos clientes.
e) A melhor aplicação para as sobra de caixa é a antecipação de pagamento aos fornecedores ou o financiamento de clientes. Através de uma política bem negociada de descontos e juros, a empresa pode conseguir taxas de aplicação e seus fornecedores e clientes obtêm taxas de captação bem mais vantajosas do que no sistema financeiro.
f) O fluxo de caixa é um grande sistema de informações para o qual convergem os dados financeiros gerados em diversas áreas da empresa. A maior dificuldade para se ter um fluxo de caixa realmente eficaz é gerenciar adequadamente este sistema de informações. Quando a área financeira da empresa é forte, esta dificuldade é mais fácil de ser contornada. Se isto não acontece, o gestor financeiro precisará se transformar no "embaixador" da informação e negociar com todas as áreas geradoras de dados para o fluxo de caixa, de modo a obter a necessária qualidade para esses dados.
g) O item "diversos" - tanto de entradas como de saídas de caixa - não deve ultrapassar 10% do respectivo total de entradas e saídas de caixa. Este cuidado evita ter no fluxo de caixa um dado de valor substancial, sem identificação específica, o que comprometeria a utilidade da informação.
A informática para o fluxo de caixa
O fluxo de caixa não exige grandes recursos de informática para sua operação, o que pode parecer estranho apara alguns devido ao volume de dados que são processados.
A principio, qualquer planilha eletrônica poderia ser utilizada para desenvolver e gerenciar o fluxo de caixa, pois as funções necessárias são a principio simples.
Conforme a necessidade do relatórios e das fontes dos dados a serem utilizados pelo fluxo de caixa, possuir um banco de dados poderia facilitar a importação e integração dos dados já existentes em outros sistemas corporativos.
Como foi falado no inicio o fluxo de caixa é uma ferramenta simples, mas extremamente importante para gerenciar o financeiro de uma empresa. Mantendo a observação básica sobre alguns pontos ela pode trazer resultados significativos, sem falar na possibilidade de trabalho sem grandes investimentos em informática. Mas a cultura desta ferramenta deve ser cada vez mais importante para a organização.
No site da Yangi (http://www.yangi.com.br/) há disponível um modelo de fluxo de caixa gratuito e um bom software gratuito é o Hábil (www.habil.com.br).

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Importância da Análise Econômico-Financeira

A análise econômico-financeiras das empresas é uma realidade desde o final do século XIX, mas a dinâmica desta técnica e a necessidade para gerar negócios fizeram com que a metade do século XX fosse a confirmação de que o mundo dos negócios não vive mais sem um exame minucioso dos dados econômico financeiros de qualquer empresa.

A economia mundial tem passado por transformações enormes e a dinâmica da informação, através dos meios de comunicação e de transmissão de dados, mais a disputa para se conseguir produzir bens e serviços com o menor preço e qualidade estão cada vez mais mostrando que empresas tradicionais ou de renome podem quebrar num piscar de olhos.

O lucro ou prejuízo de uma empresa passou a ser assunto diário para um público que normalmente é considerado leigo, pois estas informações estão disponíveis na internet ou mesmo nos meios de comunicação.

Muitos empresários e profissionais, no entanto não se perceberam de que a sua empresa ou mesmo o seu trabalho necessita de uma análise econômico-financeira. Os sindicatos reivindicam melhores condições salariais e estabilidade de emprego, profissionais da área financeira assumem risco perante a lei por desconhecerem a real situação da empresa e empresários fazem péssimos investimentos por não analisarem os riscos envolvidos.

Cada vez mais as condições da estrutura organizacional, capacidade gerencial, níveis de tecnologia farão a diferença para as condições política e econômica, concorrência, entre outros.
As informações que constam nas demonstrações financeiras de uma empresa servem de canal para se buscar os dados necessários para avaliar a empresa e assim tomar a decisão.

Todo empresário deveria ver as suas demonstrações financeiras como a vitrine do seu negócio, pois é sabido que para um banco ou um fornecedor determinar crédito, um cliente que necessita de um fornecedor estratégico, compra de ações na bolsa de valores entre outras situações a base é e sempre será a análise econômico-financeira. Assim sendo manipular dados, ocultar ou simplesmente dificultar a análise dos dados constantes nas demonstrações financeiras será sempre um “crime” contra o próprio investimento.

Uma das maiores ansiedades e dificuldades de quem necessita analisar balanços patrimoniais é tirar as informações dele e fazer comparações. Os índices de liquidez, rentabilidade, fluxo de caixa e etc, permitem verificar a relação entre parte das contas das demonstrações econômico-financeira, ora seja por composição percentual ou a evolução.

Avaliar a condição do índice é um outro problema, pois como dizer que o índice X é ótimo? Basicamente, deve-se comparar este índice e qualquer outro a de outras empresas em condições iguais ou similares a que esta sendo analisada. Isto porque antes da comparação deve-se considerar o porte, ramos, sub-ramo, região demográfica, etc.

Depois é importante separar o que se quer comparar, afinal o universo de índices de análise balanços patrimoniais é gigantesco e estudos mostram que existe uma quantidade aconselhável conforme o seu interesse de análise.

Utilizando algumas técnicas estatísticas é possível comparar o desempenho de uma empresa com o de outras 100 ou mais empresas. O que chamamos de técnica de índices-padrão permite avaliar o índice de uma empresa com o universo analisado.

Muitos utilizando apenas a média para trabalhar as comparações. Mas será que a média é suficiente?

A estatística mostra que existem basicamente três tipos de medias de posição e que elas juntas tornam-se muito mais interessantes do que apenas a média para o nosso propósito.

São elas:
 Moda: o objetivo é mostrar aquilo que é mais comum no universo analisado.
Exemplo: 1,2,4,4,4,4,5,7,8,9 - neste caso o nº 4 é a moda pois aparece com mais freqüência;
 Média: o objetivo é demonstrar o que é mais característico do universo.
Exemplo: 1,2,4,4,4,4,5,7,8,9 – soma é igual a 48 que divido por 10 é 4,8, ou seja a média é 4,8;
 Mediana: o objetivo é colocar o universo em ordem crescente e é feita uma divisão para que metade fique a baixo e a outra metade a cima, assim fica mais fácil a comparação com outros elementos.

Como a análise da mediana isoladamente não possibilita uma avaliação muito precisa, utilizamos os quartis, decis ou percentis para melhorarmos a precisão, sendo que o decis é o mais recomendável.

Isto porque ao utilizar o decil deixamos de ter apenas uma única medida de posição para termos nove e assim termos uma excelente idéia de distribuição estatística. Cada decil trabalha com uma faixa de 10% do universo.

Se o interesse é comparar a empresa com 200, 1.000 ou 10.000 ou mais empresas basta apenas utilizar os noves decis e encontrar a posição relativa da empresa.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tesouraria e Administração Financeira

Nos últimos anos presenciamos mudanças fundamentais na administração financeira em termos de instrumentos financeiros. Por isso, o ensino e a prática de finanças de empresa têm se tornado cada vez mais um desafio.

Para um professor de finanças é importante distinguir o que é permanente e o que é temporário, evitando a tentação de seguir modas e é fácil perceber que nos últimos 15 anos o departamento de tesouraria tornou-se uma “fênix” da administração financeira.

Com a estabilidade econômica trazida pelo plano real, várias empresas extinguiram este departamento e fracionaram a sua atividade, uma parte para o gerente financeiro e outras operacionais para áreas como o contas a pagar e a receber.

Esta tendência é desfavorável tanto para as organizações como para o mercado, pois podemos ver empresas que manipularam seus dados como a Enron, Tyco e WorldCom e, por este motivo, em 2002 foi criado nos Estados Unidos o Lei Sarbanes-Oxley que, entre outros pontos, pôs ênfase no uso de controles internos mais rígidos como forma de erradicar a manipulação indevida de informações financeiras.

Também num patamar mais simples tirou a competitividade no mercado de algumas empresas e, além disso, ainda existem profissionais sem ética, aproveitando-se para furtar as instituições.

E onde entra a tesouraria e a administração financeira neste contexto?

A tesouraria é muito mais que um departamento que gerencia o dinheiro de uma instituição. Seu objetivo está voltado para a gestão do capital de giro e oportunidades de aplicações operacionais.

Aparentemente muitos apostaram que a controladoria faria o mesmo papel da administração financeira, mas como podemos ver no quadro abaixo os objetivos são diferentes.
















A administração financeira das empresas é um conjunto de ações e procedimentos administrativos que envolvem planejamento, análise e controle das atividades financeiras. O objetivo da gestão financeira é melhorar os resultados apresentados pela empresa e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração de lucro líquido proveniente das atividades operacionais.

Várias empresas perceberam que com a competitividade e a economia globalizada tornou-se necessário ter um departamento capaz de gerir controles e informações sobre investimentos de curto e longo prazo e suas fontes de financiamento.

Termos técnicos sobre a criação de valor das empresas como EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), criado na década de 90, que corresponde ao potencial de geração tipicamente operacional de caixa ou MVA (Market Value Added), que é mecanismo para a medição de eficiência da produtividade dos ativos da empresa, tornam-se cada vez mais usados para a comunicação entre os administradores e os acionistas.

Isto não significa que estes indicadores sejam definitivos para representar a saúde financeira de uma empresa, no caso do EBITDA veremos Ram Charam, ex-professor da Harvard Business School e consultor de executivos como Jack Welch, da GE. "As empresas têm de voltar a indicadores mais básicos, como entrada e saída de dinheiro do caixa", escreveu recentemente Charam na revista Fortune.

Principalmente para as empresas de médio e grande porte a tesouraria é capaz de coordenar integralmente o fluxo de caixa para atingir os objetivos da empresa bem como verificar as oportunidades de aplicações no operacional e os impactos trazidos pelos investimentos e captação de recursos nos resultados financeiros e econômicos.

Como professor de finanças, contabilidade e praticante de jiu-jitsu comparo a capacidade desta arte marcial com a tesouraria, e fica evidente que a eficiência de técnicas simples, eficazes e bem treinadas trazem melhores resultados do que técnicas poderosas na teoria e dos sonhos que só poderiam ser tentadas e refinadas a não ser num combate de verdade.